segunda-feira, 14 de março de 2011

ACONSELHAMENTO CONJUGAL: "NOSSA CASA ...........SEU LAR........"

ACONSELHAMENTO CONJUGAL: "NOSSA CASA ...........SEU LAR........": " 'NOSSA CASA ..... SEU LAR....' Até pa..."

"NOSSA CASA ...........SEU LAR........"





                 "NOSSA CASA ..... SEU LAR...."


Até para continuarmos o assunto postado anteriormente, que trata da INDIVIDUALIDADE dentro do CONJUNTO e do respeito com que isto deve ser tratado pelo casal, vou ser mais "leve" hoje e falar de um fato que acontece em 90% dos casamentos, principalmente dos mais jovens, que se dizem "desencanados" e que, pode tornar-se uma área de verdadeira "guerra" declarada.

Outro dia visitei um casal morador de bela e grande casa térrea.  Casados há mais de 30 anos. Bem, já na entrada, pela garagem, pude ver três aquários gigantescos, um onde vivem dois peixes há quinze anos!. Ao lado descansavam dois peludos CÃES DA RAÇA SHARPEI. Como adoro animais, todos, sem exceção, fui visitando o mini zoológico do morador, onde conviviam MARITACAS, CANÁRIOS BELGAS, AZULÕES, CÃES, PEIXES, TARTARUGAS, e outros que penso, passaram-me despercebidos...

Quando entrei, tive a nítida impressão que um dia todo que ficasse na sala não daria para ver tudo o que existia nela.
Na verdade, pensei," ele deveria cobrar ingresso e não convidar as pessoas a irem visitá-los!" Sério! E além do ingresso deveria organizar turmas, como aquelas de excursão de escola para irem, demoradamente, olhando item por item do que havia alí.

Era uma mistura de retrô com antigo, de peças de colecionador com coleção de bichinhos de vidro, com cristaleiras trancadas forradas de peças antigas do império chinês todas talhadas em marfim, misturadas a santos barrocos feitos no Embú das Artes.
Não pensem que estou criticando, não, pelo contrário fiquei fascinada e pensando o que poderia levar um casal a conviver tão bem, com tanta harmonia, no meio de tudo aquilo?

O que senti ao conversar um pouco só com os dois foi que aquilo era um lar! Em cada canto que eu olhasse conseguia enxergar um pouco dela e um pouco dele misturados àquela pseudo bagunça proposital.
Ali não era uma casa apenas. Quem entrasse por aquela porta saberia que era o lar daquele casal. E por que? Porque os nomes estavam escritos em plaquinhas de cerâmica pintadas à mão? Não. Porque aquela casa tinha IDENTIDADE e esta identidade não era única mas sim dos dois. As pessoas que ali "excursionavam" viam e sentiam ora um pouco de um ora um pouco do outro, formando uma "cara" para a casa.

Muito bem sairemos um pouco deste parque de diversões, depois voltaremos até para explicar-lhes as fotos.
Conversando informalmente dias atrás numa festa com um casal jovem sem filhos, comecei a falar das minhas "manias", sim porque depois de uma certa idade você deixa de ser "cool" para ser "maníaca". É infalível! Os mais jovens são cruéis conosco....usar uma sandália de onça se torna ridículo e não mais o topo da lista das coisas mais cobiçadas de DONNA KARAN!
Bem, retomando, fui cair na besteira de falar que gostava muito de umas luminárias que achava que eles nem conheciam, que pareciam um "espanador" ao contrário que quando ligada ia mudando de cor, e com a sala ou quarto escuro dava um "visual lindo".... Ouvi um sonoro e claro "CREDO! QUE COISA BREGA!!! NÃO ACREDITO QUE VOCÊ TEM ISSO EM CASA!". Baixinho falei,"TENHO", mesmo porque agora não podia mais voltar atrás pois já havia juntado um certo público para ver o que estava acontecendo de tão interessante.

Em vista disto, eu, DRA. MÁRCIA, no alto da minha segurança falei, "PESSOAL, SABE O QUE É, FICAR OLHANDO PARA A MUDANÇA DAS TONALIDADES DE LUZ ME RELAXA (E É VERDADE)". Ainda completei, "EU TAMBÉM GOSTO DAQUELE ENFEITES DE NEON, SABEM, DE FORMATO DE CORAÇÃO OU DE BICHO".
Para que, acho que alguns mais jovens se atiraram da sacada, outros passaram a me olhar como se estivesse acompanhada por LUÍS XV e fosse dançar um MINUETO.
Mas tudo bem, levei "na boa", o que mais me surpreendeu não foi a indiferença com que coisas que me traziam recordações ou sentimentos de paz foram tratados. O que mais me entristeceu foi que uma das jovens casadas virou-se para todos e disse, "AH, MEU MARIDO TINHA DESSAS COISAS, FAZIA COLEÇÃO DE GARRAFINHAS DE TODOS OS LUGARES QUE VIAJAMOS JUNTOS! ELE ADORA ESSAS PORCARIAS MAS EU DEI FIM EM TUDO, NÃO SOBROU NADA PARA CONTAR HISTÓRIA". E o rapaz encabulado tentava se defender e dizia, "MAS QUAL O PROBLEMA DE TER UMA PRATELEIRA DE GARRAFINHAS?". A resposta imediata foi, "IMAGINE, NÃO TEM NADA A VER COM A NOSSA DECORAÇÃO DA SALA!".

A partir daí, por uma observação do que gostava na minha casa e do que a fazia ter "a minha cara", começaram com uma distribuição de "farpas" e "agulhadas" entre todos os casais de quem tinha mais coisas a serem descartadas, ou o que é pior já descartadas sem o menor pudor ou autorização, que demorou para ter fim. Conclusão, maridos contrariados e mulheres emburradas porque muita "roupa suja" foi lavada.

Fui para a minha casa e fiquei pensando se ao abrir a porta e não fosse eu mas sim uma pessoa qualquer que me conhecesse um pouco só, perceberia que ali era o meu lar pois era uma casa com a minha "cara".
Esta linha de que falei no blog anterior que é extremamente "tênue" e que vai do amor ao desrespeito à individualidade do outro é a causa de muitas das separações que acontecem hoje em dia.
Quando vamos viver com alguém, casados ou em união estável, não importa, montamos um lugar que, para completar a breguice, "seja um ninho de amor" (gostaram? esta foi de doer....). Mas no fundo, falando à sério, a casa é um teto com várias paredes, janelas e portas; o que fará dela um lar é a personalidade dos que vivem nela a impuserem. É a tal da "CARA" que dão, CONJUNTAMENTE àquele lugar que o tranformará num lar; no lar dos DOIS.

Muitas vezes, como advogada de família, recebi em meu escritório reclamações de mulheres que falavam que o marido inventava uma série de compromissos para chegar cada dia mais tarde em casa. Será que não havia esse componente presente? Deste marido abrir a porta da sua casa e não reconhecê-la como "sua" casa. De não ter vontade de curtí-la; de arrumar, por exemplo, num domingo qualquer a sua coleção de carrinhos miniaturas na prateleira?
Mulheres do meu Brasil, o que isto poderia alterar na decoração da casa? O que teria de tão grave em seu marido ter o "cantinho" dele em que você não se metesse ou mexesse, o que é pior!
Nós gostaríamos que nosso marido saísse por aí jogando nossos batons fora só porque temos mais de 20? Nossa!!!!! Acho que mataríamos quem fizesse isto não? E as nossas bolsas? Não interessa que temos 13 pretas, para nós são completamente diferentes e devem ficar exatamente como estão.
Só assim haverá respeito de um para com o outro; só assim sentiremos prazer, depois de um dia exaustivo de trabalho, em abrir a porta do nosso lar e ver o vaso de flores que colocamos perto da janela junto com o toca discos de vinil do nosso marido.

Agora, voltando a minha visita, o marido em questão tinha uma coleção de caixinhas de músicas importadas. Todas com detalhes mínimos e super elaborados. Eu quis ver, pois gosto muito de caixa de música. Num certo momento, ele chamou a mulher desesperado e falou, "ONDE ESTÁ MEU CARROSSEL?". Imaginem um homem de mais de sessenta anos, pesando mais de cem quilos reclamar porque não acha seu carrossel!!!!
Então veio a mulher com o carrossel dentro da caixa e, finalmente ele conseguiu colocá-lo em funcionamento e eu, que sou uma sentimental de carteirinha, com os olhos cheios de lágrimas olhei para ele e para ela quando um sorria para o outro e percebi porque aquela casa era tão tranquila; porque era tão aconchegante, mesmo com tudo que tinha dentro e, porque aquele casamento durava tanto e era tão feliz...
Ela não havia jogado seu carrossel fora....talvez pelo grande amor e respeito que ela tinha por ele e vice versa.

Há coisas tão mais graves do que abajures de neon; coleção de figurinhas de jogadores de futebol; vários vidros do mesmo perfume; ou caixas de maquiagem....
Há a falta de amor, de respeito, de carinho, de cumplicidade; de compartilhamento, e, em existindo tudo isto a nossa casa nunca passará de uma simples casa, com paredes, portas e janelas, nada mais....

ACONSELHAMENTO CONJUGAL: "ANTES DE SERMOS DOIS PRECISAMOS SER UM"

ACONSELHAMENTO CONJUGAL: "ANTES DE SERMOS DOIS PRECISAMOS SER UM": "Depois de algum tempo ausente trago a vocês um assunto que com certeza muitos já discutiram e não chegaram a um denominador comum. ..."

"ANTES DE SERMOS DOIS PRECISAMOS SER UM"





Depois de algum tempo ausente trago a vocês um assunto que com certeza muitos já discutiram e não chegaram a um denominador comum.                       
Uma das queixas mais frequentes entre as pessoas que possuem um relacionamento amoroso, seja ele namoro ou casamento é o respeito à individualidade do parceiro.

Pois bem. Assunto polêmico e efervecente que deve ser tratado e visto sob vários aspectos. Num blog isto torna-se um pouco difícil porém vamos tentar.      
Sabemos que cada ser é único e assim sendo possui características próprias que serão ao longo da vida influenciadas pela formação familiar, pelo ambiente e pela sociedade de um modo geral em que vive. Isto tudo forma a personalidade de um indivíduo, que repito é único e incomparável.

Tudo está muito bom até que surge em nossa vida um grande amor; aquele que nos faz querer ficar o tempo todo perto; saber o que está fazendo; respirar o mesmo ar e, sonhar os mesmos sonhos...                                                         
Isto, penso, é o ítem de consumo mais cobiçado por nossas mentes e corações carentes de amor, paixão e felicidade.

Já que não podemos ficar sem este alguém decidimos ficar com este alguém a quem amamos tanto e que nos faz tão feliz. E, é a partir deste momento, onde, citando um chavão, "as escovas de dentes se unem", que começa a surgir um problema muito comum à maioria dos casais. Na verdade um conflito se instala entre o "ser individual" e o "ser conjugal".

Vou ter que começar com um pouco de teoria e por isto peço desculpas, mas não há outra forma de explicar a imensidão destes dois seres sem que mescle a psicologia ao direito e para isto citarei a vocês alguns pensamentos muito importantes que formam a base de toda esta discussão.                                     

JOHN STUART MILL (1806 - 1883) propôs que "sobre si mesmo, sobre seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano".

JEAN PIAGET dizia que "autonomia é a capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais com o pressuposto do respeito mútuo".

Traduzindo, respeitar a individualidade de alguém é valorizar a consideração sobre as opiniões e escolhas alheias, independente de serem compatíveis ou não com as nossas.                                                                                               
É preciso definitivamente compreender que cada ser tem suas características essenciais marcantes que formam a sua personalidade.                                      
Falta-se com o respeito quando nega-se ou obstrui-se de alguma forma a liberdade de agir de alguém, quando não existirem razões convincentes para isto.

 E quando nos unimos a alguém? Aquele alguém que falei acima, que é nossa aposta de felicidade, como fica esse ser individual que é o que somos e tão importante e presente naquilo que seremos?                                                    
No relacionamento a dois, seja ele qual for, é preciso primeiro perceber a existência dessas duas individualidades. Por isto o título deste blog, "antes de sermos dois precisamos ser um".                                                                      
Temos que ter em mente que são dois sujeitos, dois desejos, duas histórias de vida, duas percepções do mundo, duas identidades, que se unem por um sentimento abrangente e muito forte que os atrai para uma conjugalidade. Esta vontade de ser dois ou um conjunto propõe um desejo comum, um só projeto de vida e uma identidade, a de um casal. Isto nada mais é que "dois eus individuais que interagem e se somam para formar um ser conjugal".

Parece simples como dois mais dois são quatro. Não. Não é simples assim como na teoria. E não o é porque envolve sentimentos. Todo relacionamento amoroso sempre em algum momento irá sofrer as consequências da falta de maturidade de um ou de outro parceiro para ter o sentimento básico de qualquer relação que envolva afeto, o RESPEITO.                                                                             
Este respeito é fator fundamental para que um SOME ao outro e não SUBTRAIA do outro.                                                                                                       
Quando nos unimos a alguém por amor e por objetivos em comum devemos fazer com que nossas características pessoais somem às características pessoais do outro, sem que haja predominância de uma sobre a outra.

Com isto tem-se o EQUILÍBRIO. O problema maior surge pela linha tênue  que  existe entre o interesse do casal sobre o individual, como que para ser feliz um precisasse anular o outro.                                                              
A relação de duas pessoas passa por fatores, tais como, a afetividade, a  sexualidade, a valorização de um para com o outro e o respeito pelo ser individual que está ao seu lado.

A demarcação dos espaços de cada um na relação conjunta é que vai determinar o equilíbrio e com ele, a satisfação e utilidade dessa relação para o crescimento mútuo.                                                                                                        
Valorizar os aspectos individuais do parceiro é prioritário pois é formador do     vínculo de admiração e respeito mútuos que, consequentemente, fortalecem a relação a dois.                                                                                             
É maduro aquele que percebe, admira e respeita os valores e convicções        
individuais do seu parceiro, transformando isto em segurança, tranquilidade e equilíbrio para a vida a dois.

Por tudo isto "VIVA SUA VIDA COM QUEM LHE DEIXA FELIZ E NÃO COM QUEM VOCÊ TENHA QUE AGRADAR".